Por Juliana Pippi
Cinco anos depois da minha primeira visita a Cuba, voltei a havana para uma nova expedição, levando comigo a mesma curiosidade, mas também o olhar de quem busca uma segunda impressão sobre aquilo que antes estava carregado pelo ineditismo. Passada meia década, pude notar que o início da reabertura política com os EUA, cujos primeiros passos foram dados em 2015, já se reflete na cidade e no cotidiano do povo. Acho que isso `se deve ao fato de que cuba passou muito tempo acostumada a não mudar: foram mais de 50 anos de embargo comercial e financeiro. Agora, qualquer novidade já ganha ares de evolução. É assim, por exemplo, nos casarões do centro antigo da capital, região conhecida como Havana Vieja, que em minhas viagens anteriores pareciam tão descuidados, hoje mostram restaurações. Posso afirmar que as ruas exibem atualmente um cuidado maior com a arquitetura histórica do que há cinco anos.
Além das praias lindas e já famosas e cobiçadas para a prática de mergulho, hoje cuba e havana especificamente oferecem mais atrativos aos turistas, que acabam gerando alguma fonte de renda para a população. Conheci um lugar muito interessa em minha última ida que é para cuba muito transgressor. A FAC – fábrica de arte cubana, instalada em um prédio centenário que foi restaurado é se tornou um ponto super cool onde podemos encontrar arte contemporânea, exibição de filmes, conferências sobre design e arquitetura. Uma coisa em cuba, porém não muda: a paixão do povo pela música. Em qualquer canto, esquina ou lugar, uma harmonia dançante chega aos nossos ouvidos e é impossível não se deixar levar pelo ritmo caribenho. Curiosamente, um país que parece estagnado e inerte por tantas décadas é o mesmo país que ninguém consegue ficar parado.
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